— Eu só quero saber como diabos vocês deixaram esse homem morrer aqui dentro. Por algum acaso eu não deixei explícita uma vigilância constante a essa cela?
— Nós não temos culpa se temos outras coisas pra fazer. Nenhum de nós é carcereiro. — Respondeu Saldanha.
— E o que de mais importante você tinha de fazer num plantão numa cidade que, segundo você, não acontece nada? Que eu saiba não teve nenhum motivo que o fizesse sair desse prédio.
— Elisa, a culpa não é minha. Esse cara á estava marcado, com certeza se matou de algum jeito. Eles devem ter seus truques, sei lá.
— Cadê a perícia? Um absurdo ter que esperar tanto tempo por esses caras. Saldanha, informe a família do gerente do que aconteceu. Eu e o Pereira vamos informar os funcionários do banco. Lira e Tavares ficam pra receber os peritos.
Dados os comandos, se dividiram conforme o proposto.
— Você acha que ele se envenenou? — Perguntou Elisa a Pereira, já entrando no banco.
— Como assim? Pra mim é óbvio o envenenamento.
— Sim, pra mim também. Mas e ele tiver sido envenenado?
— Vou fingir que não ouvi isso ou vou me preocupar de desconfiar de mim e...
— Não, você não. Não sei, só me passou pela cabeça.
— E a sua mãe?
— Nada ainda. Ninguém liga, nem ameaça. E isso só complica.
— Pelo visto não devem estar fazendo mal a ela. Querem dar um alerta pra você parar.
Elisa apenas suspirou e passou pela porta giratória.
Saindo da agência, a delegada foi ao encontro dos peritos. O corpo do gerente estava sendo retirado da cela.
— Certeza que foi envenenamento, vamos fazer os exames pra descobrir o que foi usado.
— Vocês poderiam dar prioridade pra esse caso? É uma investigação grande e...
— Infelizmente não posso te garantir nada. Faremos o possível e no nosso tempo. Delegada, espero que esteja preparada para o próximo passo.
— Como assim?
— Teremos de informar o ocorrido à corregedoria e eles vão instaurar uma investigação aqui dentro pra desvendar a morte desse cara.
— Eu sei, mas...
— Até mais. — Virou-se e saiu.
Elisa entrou em sua sala se deparando com Danilo.
— Elisa, olha o que eu encontrei.
Abriu a galeria do celular e mostrou a foto de uma tatuagem de Anteros.
Sobre o Autor:
Capixaba natural de Ecoporanga, atualmente residindo em Feira de Santana-BA; estudante de Pedagogia, escreve desde criança. Apaixonado por café, criança, história, arte e cultura brasileira. A Arte de Viver foi sua primeira novela publicada, além da coletânea Contos Oh! Ríveis, de humor, estando presente em coletâneas de contos e poemas do Projeto Apparere e contos disponibilizados na Amazon.
O gênero policial vem sendo seu novo foco na escrita, explorando a temática familiar, um prato cheio para discutir as relações da sociedade e refletir sobre as atitudes passionais.
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