Mãe!
Eu não posso compartilhar
Essa minha loucura
De alimentar que minha alma deseja
É algo que vem do além
Do além desse copo de cerveja
Que tomo antes de subir
É a loucura de olhar a cada olho ali,
E saber, mãe!
Que estão ali só por me ouvir
Mãe!
Minha alma é fragmentos
Que precisa ser dividida a cada um
E no meio do bem comum
Entregar nos versos ditos, oque sou
O meu corpo, a minha alma,
A minha única palavra verdadeira,
Amor.
Mãe!
O teu filho é um poeta
Um poeta das causas impossíveis,
Dos amores improváveis,
Das putas aos bares, dos bares a rua
Mãe.
Sou teu filho sonhador
Amantes dos olhares, viajante noturno,
Uma voz silenciosa,
Que caminha entre almas pagãs,
Que não crê nas linhas tortas do coração
Eu sou aqueles lugares, as estradas de barro,
O caminho das almas desiludidas
Pela paixão afundada no copo vazio
O frio, mãe!
Que eu sinto na barriga,
O coração acelerado pelos passos que dou,
Passa, sempre vão passar
Quando estou ali em pé me esquartejando
E jogando a minha pele pelo ar.
Sobre o Autor:
Pernambucano, ator, produtor cultural e escritor, Luiz Alladin escreve versos desde a infância, influenciado pela família, mas entrou de cabeça mesmo na literatura quando largou a faculdade de ciências contábeis e começou a frequentar os saraus. Hoje ele se dedica em escrever seus textos e a produzir eventos culturais na região onde vive, no interior de Pernambuco, preservando espaços de cultura de resistência.
Pode não ser um santo das causas impossíveis, mas é un poeta. Bom trabalho.