A Chanana só nasce
Quando brota o sol
Desabrochando pano
Para o arrebol
Enfeitando a sarjeta
Onde escorre o suor
É bom dia entre pedras
Que desgastam caminhos
Haja pena, haja pão
Haja passo, haja pó
A Chanana festeja
O reinado do Sol
Pelas ruas e praças
Pelos tetos antigos
Nos terrenos baldios
Do humano descaso
No petróleo da via
Sideral viaduto
Ruderal arruado
Que ninguém acompanha
No cabelo do hippie
E na boca do chique
Que lhe come alento
Nada convencional
E na água do chá
Que a Nana tomou
Para não enjoar
O remédio da dor
No chorar da enxada
Verga todo devir
Entregando à Gaia
O Latente porvir
Quando morre a Chanana
Outras filhas lhe nascem
Das sementes de sangue
Que a mãe semeou
Sobre o Autor:
Leandro Costa é poeta e contista da Terra dos Verdes Abutres da Colina: Santana do Acaraú, no Ceará, terra de onde tira inspiração para a escrita. Seus versos e contos são marcados por metáforas, simbolismos, memórias e descrição psicológica de seus personagens.
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